quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Taiana, princesa do sol
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Hermanos are back, but just for one night
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
o verdadeiro sentido de um feriadão
domingo, 26 de setembro de 2010
Sobre como passar os dias em boa companhia
quinta-feira, 29 de julho de 2010
definições...
terça-feira, 27 de julho de 2010
Um toque existencialista no cinema nordestino
Viajo porque preciso volto porque te amo conta a história de José Renato (Irandir Santos, revelação em Besouro e Quincas Berro D’água), um geólogo que percorre o sertão nordestino a fim de realizar uma pesquisa de campo: o percurso do novo canal que será criado com a transposição do rio São Francisco. No entanto, José Renato sempre esquece o verdadeiro motivo da viagem, desviando o pensamento para sua vida pregressa, em que lembra constantemente a falta que sua ex-mulher faz, a solidão na qual se encontra e a viagem que segue.
O interessante é a ausência do óbvio, quando José Renato não aparece no filme, o expectador é levado pela narração: uma voz triste, rouca, solitária, perdida no meio da imensidão sertaneja. Como fuga, José Renato procura distrair-se em cidadelas do interior, onde encontra afago nos braços de outras mulheres, o que não o faz esquecer sua amada. Dentro de um automóvel, guiado pela trilha sonora romântica brega de Lairton e seus teclados, o personagem mergulha num constante diálogo existencialista, em que o desapego do geólogo dá lugar a um José Renato cada vez mais perdido.
Viajo porque preciso, volto porque te amo é um road movie conceitual, que resume a solidão de um viajante em traços fortes do sertão. Sertão que no filme é caracterizado pelo “ser tão” inquieto, “ser tão” sozinho, “ser tão” navegante. Contradizendo o título original, José Renato ama viajar e não voltará até que seja necessário. A fotografia distorce o que costumamos assistir constantemente na tela. Paisagens áridas e estáticas traduzem o sentimento metafórico da contagem regressiva da viagem num mergulho interior do personagem, quando a distância geográfica se confunde com o afastamento de José Renato de sua vida passada.
O média-metragem é uma pós produção de Marcelo Gomes (Cinema, aspirinas e urubus) e Karim Airnouz (Madame Satã e Céu de Suely). As imagens que completam o cenário do filme foram gravadas há 10 anos e ficaram de molho até o projeto ganhar vida e oportunidade para serem utilizadas. O roteiro foi criado pelos mesmos diretores anos depois das gravações, procurando encaixar as imagens nos diálogos de José Renato. Conclusão: montagem fantástica, de altíssima qualidade. A dupla nos ensina o exercício de enxergar o “ser tão” que há em cada um de nós, no vazio das paisagens áridas, no mergulho na própria vida.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Copa 2010 para mim
Escrevi esse texto para o Blog do Torcedor no sábado (10) um dia antes da final da Copa 2010, em que a Espanha ganhou seu primeiro título de Campeã Mundial.
Futebol não é uma partida que se resume aos 90 minutos disputados. Futebol é muito mais do que 22 jogadores buscando o gol da vitória. E um juiz, tentando estabelecer o equilíbrio em campo.
Quando se fala em Copa do Mundo parece existir algo que maximiza a dimensão dos envolvidos, isto é, o mundo todo. O maior campeonato de Futebol dura apenas um mês. Uma pena para os apaixonados pelo esporte, que não desgrudam da televisão para assistir a uma simplória partida entre Nova Zelândia e Eslováquia. Aliás, pretensão minha menosprezar tamanho espetáculo futebolístico. Afinal, a Nova Zelândia pode ser a única seleção que não sofreu uma derrota sequer, quanto à Eslováquia, desclassificou a Itália e foi para as oitavas de final.
Posso definir a Copa 2010 como surpreendente. A cada lance (dentro e fora das quatro linhas) uma surpresa para o mundo. Quem não torceu pela África do Sul se classificar pelo menos para as oitavas? E não se emocionou a cada comemoração de gol dos africanos? Parecia mais que eles estavam comemorando o título de campeões mundiais. Bonito mesmo foi assistir as suas danças cheias de espiritualidade. Surpresa para muitos, que subestimaram a capacidade de um país africano sediar a Copa. Fica o gostinho delícia de assistir Gana chegar tão longe (quartas de final) e perder por muito pouco, num jogo sofrido, mas raçudo.
Ficamos com personagens eternizados. Um Maradona orgulhoso de si e de seus meninos. Cheio de expressões, rezas e palavras. Um Cristiano Ronaldo, mais preocupado com sua imagem no telão, quando pronto para bater uma falta, do que com a oportunidade de gol que lhe cabe naquele instante. Abre as pernas, faz carão e se admira. A torcedora paraguaia Larissa Riquelme procurando sua Copa da Fama. Encontrou seus 15 minutos! A ausência do espírito esportivo da França. E a eliminação das tão tradicionais Itália e Inglaterra. E o Japão? Que finalmente aprendeu a jogar futebol.
“Futebol tem dessas coisas”, já dizia Galvão Bueno. Ele aderiu à campanha Cala a boca Galvão e ficou conhecido como um pássaro brasileiro ameaçado de extinção. A Vuvuzela. Eu fico um tanto confusa, pensando se a discriminação é realmente ao produto que atrapalha a comunicação dos jogadores (e torcedores) ou se é por sua origem. E a Jabulaaani, polemizada por sua leveza.
Essa Copa trará um campeão inédito, merecedor do título. Pode ser a Espanha, que não mostrou tudo o que sabe, mas foi competente na hora da definição. Pode ser a Holanda que, apesar da tradição, nunca levou o caneco para casa. Elas fecham com chave de ouro o que para nós foi uma copa cheia de surpresas e teorias da conspiração.
Quanto à nossa seleção, fez pouco, quase nada. Decepcionou milhões de torcedores e deixou a desejar no que diz respeito ao futebol malandro, repleto de firulas e gingado. No lugar deste, estava uma equipe pragmática, conservadora e teimosa. Agora, não adianta escolher o melhor culpado: a inexperiência do Dunga ou o chute do Felipe Melo, não importa mais. Eles não foram os verdadeiros culpados. Talvez a presença do Mick Jagger. Talvez... Ficamos com o choro do goleiro Júlio Cesar, a cara inchada de Kaká e as lamentações de Robinho. Nós é que lamentamos mais.
Ficamos com o desejo de construção. A renovação da equipe brasileira que carrega a esperança de todo o País. Sediar a Copa de 2014 pode ser um marco na história do Brasil, uma oportunidade de experimentar emoções agradáveis através da prática futebolística, que tanto mexe com o imaginário do torcedor. Respirar novos ares, sair um pouco dessa rotina avassaladora e adentrar no mundo fantástico dos dribles, passes e lances. Que a principal função do esporte seja contemplada na produção de excitação prazerosa, no espírito esportivo e a construção de um Brasil melhor. Esperemos!
terça-feira, 29 de junho de 2010
Deixa a alma de vigia...
quarta-feira, 31 de março de 2010
solitatis II
terça-feira, 30 de março de 2010
de olhos bem abertos
quarta-feira, 3 de março de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
a desvencilhar-me
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Voltei Recife...
E o carnaval do Recife? Esse nem se comenta, já emblemático, ele é multicultural. Vai dos maracatus na rua do Bom Jesus, aos blocos, aos shows de Otto, Lenine, Alceu, Arnaldo Antunes. Os artistas do quanta ladeira e suas paródias. E ainda a Noite do tambores silenciosos, que, vontade não faltou, mas a admiração fica para o próximo ano. Por final, de um encontro casual, escuto o instrumental que conheço de longe e tenho a surpresa fantástica de assistir ao show de um amigo e ficar imensamente orgulhosa.
Se não bastasse tanta coisa boa num único carnaval, ficou a lembrança de minutos eternos à margem do Capibaribe, o mesmo Capibaribe que corre solto atrás de minha casa.
Pois é, esse ano o Carnaval não foi só a folia, não para mim. Selou o reencontro da cidade, comigo, que estava longe e por pouco desconheci essa imensidão. O carnaval cumpriu sua melhor tarefa, mostrou a cultura de Pernambuco para quem não conhecia e até para quem conhecia mas por um momento se esqueceu.
Agora posso afirmar que voltei, voltei Recife! Posso continuar a viver em paz.