quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Taiana, princesa do sol



Terça-feira (09) fui à faculdade pela manhã cumprir minhas tarefas de monitora da disciplina de jornalismo online. Como já sabia, todas as terças minha ex-turma tem aulas de seminário (alguma coisa). Aproveitei a oportunidade e visitei uma grande amiga, Taiana. Ela é resultado dos meus primeiros anos na faculdade de jornalismo, umas das pouquíssimas amizades que herdarei quando, finalmente, me formar. Conversamos por não mais de 15 minutos, bem estilo drive thru, colocar o que tem de mais urgente em dia e voltar para nossas obrigações. Foi então que descobri que estou com muitas saudades de jogar tempo fora e falar mal do povo. Haha

Taiana é a personagem principal desse post. Ela é tão importante, mas tão importante que nem sabe. Lembro dos nossos intervalos sentadas no hall principal do bloco B, observando o povo passar, sempre cumprimentando os professores que iam ou voltavam das aulas. Hahaha Aquele cantinho é testemunha de nossos planos, frustrações e óbvio, muita fofocagem!!
Taiana é meio estranha, mas quem não é, né verdade? Ela é bem simples, conversa com quase todo mundo, mas tem um carisma incrível! Ela não precisa ser simpática para conquistar as pessoas ao seu redor, e isso sinceramente, é um dom. Assim como a maioria das pessoas, Taiana sonha. E na condição de sua amiga, arrisco dizer que viver na Europa, em Londres mas especificamente, speaking English, é o seu maior desejo. Pode ser na Espanha, aí ela também poderia aprimorar seu español.

Como toda amiga que se preze, eu confio nas habilidade de Taiana. Ela será uma jornalista diplomada, no entanto, eu garanto que ela vai ganhar a vida com uma das coisas que mais merece seu interesse: ensinar línguas estrangeiras e virar poliglota (só falta mais uma, viu!) Também lembro das tardes boas na Compesa, que muito mais do que trabalho, conversávamos sobre tudo e mais um pouco. Vai não vai eu percebo, conversando com meu botões que"nos últimos meses Taiana foi a pessoa com quem eu mais conversei, seja na faculdade, seja na Compesa ou em qualquer outro lugar". E isso explica que o laço que já havíamos construído só se fortaleceu...

Ela também é engraçada! De vez em quando chega com uns jargões gays que eu adoro, além de propagar ditados populares que todos deveriam seguir como "abstrai e finge demência", a vida seria bem mais agradável se as pessoas dessem uma de ALOKA, não é verdade? Admiro a paciência e perseverança com que ela lida com as pessoas. Conviver nem sempre é fácil!

Escrevo esse singelíssimo texto como forma de homenagear minha queridíssima amiga que faz 22 anos amanhã, 11 de novembro de 2010. Aproveitei a saudade que senti (afinal, para quem tinha uma tarde inteira, 15 minutos é nada) e junto com a data feliz de hoje, Tai recebe um espaço só dela no meu blog, olha que honra. Hahaha Desejo uma vida de suce$$o, muita pegação, cursos de toda qualidade,muito álcool, sexo e rock n roll.

Beijos, te dedico.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hermanos are back, but just for one night


Los Hermanos teve um ideia estúpida de estabelecer um recesso por tempo indeterminado. OK, pode pedir pinico e entrar de férias. Tempo e dinheiro não é problema. E os fãs também não se importam, portanto que novidades surjam de outros projetos individuais ou com outros grupos. Foi assim que aconteceu, cada hermano seguiu seu rumo. Marcelo trabalhou num álbum solo, bonito, inspirador. Rodrigo inovou e foi tocar no estrangeiro. Até onde sei, Medina participou do último álbum de Adriana Calcanhoto e do meu favorito Barba, não sei por onde andou, mas deve ter obtido sucesso em seus planos.

Ano passado a banda voltou "apenas" para abrir dois shows do Radiohead, um no Rio de Janeiro, outro em São Paulo. Até aí eu lamentei não ter a oportunidade de vê-los "pela última vez", sabendo que aquela seria uma despedida minha com a banda, que me proporcionou tantos momentos legais.

Então, enfim, no início de 2010 chega a notícia que os meninos vão fazer um show em Recife e Salvador, coisa exclusiva. Fiquei tão feliz que na hora de comprar os ingressos tive surto. Eu contei todos esses fatos para justificar meu atual estado de espírito em relação ao episódio mais esperado da semana (acho), partindo do princípio que não é toda semana que se pode assistir "Condicional" na voz de Rodrigo Amarante ao vivo.

Próxima sexta vou sair da faculdade e me arrumar para o show dos Los Hermanos no Centro de Convenções, eu nem estou tão empolgada assim, para falar a verdade. Apesar de nos últimos dias eu ter escutado músicas dos quatro CDs da banda. Mas o que faz essa coisa toda ser tão estranha é a vinda deles para cá do nada. E a permanência daquela história de recesso por tempo indeterminado continuar...

Fica a ansiedade não de encontrá-los novamente, mas acima de tudo, daquela sensação boa de gritar o Velho e o Moço, de me emocionar como aquele que foi o melhor show da vida.
E quando no início do texto eu disse que ideia foi estúpida, foi no sentido de banalizar esse recesso com voltas para animar o público, ganhar dinheiro fácil e garantir o resto do ano. Na realidade eu adoro a banda, as músicas queria ter uma visão menos iludida de tudo isso.
Esperemos!


Desabafo total, mas super espero que sexta seja uma grande noite.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

o verdadeiro sentido de um feriadão

Há três dias em casa "sem fazer nada". Sem fazer nada é sacanagem, porque eu fiz diversas coisas legais e produtivas, o que chamo de não fazer nada é o ócio criativo. Depois de amanhã eu volto à rotina com estágio e faculdade, não reclamo, pelo contrário, até gosto bastante de estar ocupada durante o dia, me sinto útil e é tão bom se sentir assim. O vazio dos dias de ócio são mais desejáveis.

Então, três dias com tempo livre para assistir The Big Bang Theory (que eu pretendo terminar a terceira temporada de uma vez por todas e partir para as outras delícias de séries que estão na fila: Mad Men, House, Dexter e a quarta temporada dos nerds sem noção), terminar de ler Farenheit 451 e assistir meus filminhos que tanto prezo. Entre uma coisinha e outra, aproveito para tirar um cochilo depois do almoço, ler o jornal com calma, assistir TV, entre coisas legais que não tenho tempo durante os dias comuns.

Será esse o verdadeiro sentido de um feriadão? Pensar em nada se tornou tão fundamental, no entanto, pensar demais me deixa angustiada, como o bombeiro de Farenheit. Ainda tenho um dia para aproveitar e fazer nada e pensar.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre como passar os dias em boa companhia

Estou ampliando meu círculo social. Amiguinhos imaginários, ou não...


quinta-feira, 29 de julho de 2010

definições...

Só porque minha vida está mais atualizada que página de portal nacional (comparação infame), decidi também atualizar o blog que é um apêndice querido da minha rotina.

Pronto, atualização definida.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Um toque existencialista no cinema nordestino


Viajo porque preciso volto porque te amo conta a história de José Renato (Irandir Santos, revelação em Besouro e Quincas Berro D’água), um geólogo que percorre o sertão nordestino a fim de realizar uma pesquisa de campo: o percurso do novo canal que será criado com a transposição do rio São Francisco. No entanto, José Renato sempre esquece o verdadeiro motivo da viagem, desviando o pensamento para sua vida pregressa, em que lembra constantemente a falta que sua ex-mulher faz, a solidão na qual se encontra e a viagem que segue.

O interessante é a ausência do óbvio, quando José Renato não aparece no filme, o expectador é levado pela narração: uma voz triste, rouca, solitária, perdida no meio da imensidão sertaneja. Como fuga, José Renato procura distrair-se em cidadelas do interior, onde encontra afago nos braços de outras mulheres, o que não o faz esquecer sua amada. Dentro de um automóvel, guiado pela trilha sonora romântica brega de Lairton e seus teclados, o personagem mergulha num constante diálogo existencialista, em que o desapego do geólogo dá lugar a um José Renato cada vez mais perdido.

Viajo porque preciso, volto porque te amo é um road movie conceitual, que resume a solidão de um viajante em traços fortes do sertão. Sertão que no filme é caracterizado pelo “ser tão” inquieto, “ser tão” sozinho, “ser tão” navegante. Contradizendo o título original, José Renato ama viajar e não voltará até que seja necessário. A fotografia distorce o que costumamos assistir constantemente na tela. Paisagens áridas e estáticas traduzem o sentimento metafórico da contagem regressiva da viagem num mergulho interior do personagem, quando a distância geográfica se confunde com o afastamento de José Renato de sua vida passada.


O média-metragem é uma pós produção de Marcelo Gomes (Cinema, aspirinas e urubus) e Karim Airnouz (Madame Satã e Céu de Suely). As imagens que completam o cenário do filme foram gravadas há 10 anos e ficaram de molho até o projeto ganhar vida e oportunidade para serem utilizadas. O roteiro foi criado pelos mesmos diretores anos depois das gravações, procurando encaixar as imagens nos diálogos de José Renato. Conclusão: montagem fantástica, de altíssima qualidade. A dupla nos ensina o exercício de enxergar o “ser tão” que há em cada um de nós, no vazio das paisagens áridas, no mergulho na própria vida.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa 2010 para mim

Escrevi esse texto para o Blog do Torcedor no sábado (10) um dia antes da final da Copa 2010, em que a Espanha ganhou seu primeiro título de Campeã Mundial.


http://jc3.uol.com.br/blogs/blogdotorcedor/canais/copadomundo/2010/07/11/a_copa_de_2010_para_mim_75098.php

Futebol não é uma partida que se resume aos 90 minutos disputados. Futebol é muito mais do que 22 jogadores buscando o gol da vitória. E um juiz, tentando estabelecer o equilíbrio em campo.


Quando se fala em Copa do Mundo parece existir algo que maximiza a dimensão dos envolvidos, isto é, o mundo todo. O maior campeonato de Futebol dura apenas um mês. Uma pena para os apaixonados pelo esporte, que não desgrudam da televisão para assistir a uma simplória partida entre Nova Zelândia e Eslováquia. Aliás, pretensão minha menosprezar tamanho espetáculo futebolístico. Afinal, a Nova Zelândia pode ser a única seleção que não sofreu uma derrota sequer, quanto à Eslováquia, desclassificou a Itália e foi para as oitavas de final.

Posso definir a Copa 2010 como surpreendente. A cada lance (dentro e fora das quatro linhas) uma surpresa para o mundo. Quem não torceu pela África do Sul se classificar pelo menos para as oitavas? E não se emocionou a cada comemoração de gol dos africanos? Parecia mais que eles estavam comemorando o título de campeões mundiais. Bonito mesmo foi assistir as suas danças cheias de espiritualidade. Surpresa para muitos, que subestimaram a capacidade de um país africano sediar a Copa. Fica o gostinho delícia de assistir Gana chegar tão longe (quartas de final) e perder por muito pouco, num jogo sofrido, mas raçudo.


Ficamos com personagens eternizados. Um Maradona orgulhoso de si e de seus meninos. Cheio de expressões, rezas e palavras. Um Cristiano Ronaldo, mais preocupado com sua imagem no telão, quando pronto para bater uma falta, do que com a oportunidade de gol que lhe cabe naquele instante. Abre as pernas, faz carão e se admira. A torcedora paraguaia Larissa Riquelme procurando sua Copa da Fama. Encontrou seus 15 minutos! A ausência do espírito esportivo da França. E a eliminação das tão tradicionais Itália e Inglaterra. E o Japão? Que finalmente aprendeu a jogar futebol.


Futebol tem dessas coisas”, já dizia Galvão Bueno. Ele aderiu à campanha Cala a boca Galvão e ficou conhecido como um pássaro brasileiro ameaçado de extinção. A Vuvuzela. Eu fico um tanto confusa, pensando se a discriminação é realmente ao produto que atrapalha a comunicação dos jogadores (e torcedores) ou se é por sua origem. E a Jabulaaani, polemizada por sua leveza.

Essa Copa trará um campeão inédito, merecedor do título. Pode ser a Espanha, que não mostrou tudo o que sabe, mas foi competente na hora da definição. Pode ser a Holanda que, apesar da tradição, nunca levou o caneco para casa. Elas fecham com chave de ouro o que para nós foi uma copa cheia de surpresas e teorias da conspiração.


Quanto à nossa seleção, fez pouco, quase nada. Decepcionou milhões de torcedores e deixou a desejar no que diz respeito ao futebol malandro, repleto de firulas e gingado. No lugar deste, estava uma equipe pragmática, conservadora e teimosa. Agora, não adianta escolher o melhor culpado: a inexperiência do Dunga ou o chute do Felipe Melo, não importa mais. Eles não foram os verdadeiros culpados. Talvez a presença do Mick Jagger. Talvez... Ficamos com o choro do goleiro Júlio Cesar, a cara inchada de Kaká e as lamentações de Robinho. Nós é que lamentamos mais.


Ficamos com o desejo de construção. A renovação da equipe brasileira que carrega a esperança de todo o País. Sediar a Copa de 2014 pode ser um marco na história do Brasil, uma oportunidade de experimentar emoções agradáveis através da prática futebolística, que tanto mexe com o imaginário do torcedor. Respirar novos ares, sair um pouco dessa rotina avassaladora e adentrar no mundo fantástico dos dribles, passes e lances. Que a principal função do esporte seja contemplada na produção de excitação prazerosa, no espírito esportivo e a construção de um Brasil melhor. Esperemos!




terça-feira, 29 de junho de 2010

Deixa a alma de vigia...

Na Ponte Dom Luis I, a indescritível.

Volto aqui às 2h58min da madrugada de uma quarta-feira, 30 de junho de 2010. Desde ontem eu me desespero através de pensamentos, lágrimas, trilha sonora regada de Madredeus, jogo da Seleção e sei lá mais o que. Tudo não passa de acaso, juro. E mais uma vez a saudade aperta, dói mesmo. Eu só senti essa dor intensa no peito uma vez na vida e hoje ela retorna, tão inesperada, tão dolorida.

Primeiro, através de um sonho, mas um sonho tão real que eu acordei jurando que estava no Porto. Acordei tão confusa que não tive fome e comi um sanduíche, tal como acontecia em território lusitano. Com aquele projeto de refeição passei a tarde num ambiente hostil. Acordei com um pensamento tão forte da vida que eu tinha, com as pessoas que costumavam estar. Com as edificações imponentes, senti a ausência dos prédios antigos, mais conservados, no meu caminho. As ruas não eram as mesmas, o transporte não era o metro, existia um trânsito e uma agonia em ultrapassar típica do motorista brasileiro. Confesso, foi estranho.

Casa da Música na rotunda da Boavista, pertinho do meu lar.

Penso eu, até meu inconsciente está condicionado aos pensamentos pregressos. Meu inconsciente é verdadeiro culpado de tanta confusão no meu dia. Dia em que eu desejei mais do que tudo voltar o tempo e viver outra vida. E eu nem sei porque tanto desespero. Queria ao menos entender, eu que estava tão bem, tão conformada...

Eu e o Porto atrás de mim

Cheguei em casa por volta das 18h10min e fui para o único lugar que me sinto mais confortável comigo mesma. Assisti um episódio de uma série qualquer e comi nutella com pão (este tomou o lugar do waffle que nem adianta procurar, aqui não vou achar) a refeição me fez sentir saudade mais uma vez. Agora tento resgatar de onde eu tirei a iniciativa de escutar Madredeus, trilha sonora desse dia saudoso, sofrido que se arrastou. Nunca dei muita atenção ao grupo, mas hoje a letra já não sai mais da minha mente, a vocalista não para de cantar o refrão "o meu sonho acaba tarde, acordar é o que eu não queria" e meu deus, surpresa, voltei essa parte umas 20 vezes seguidas, parecia que Deus me mostrava a resposta para o meu dia angustiante. E eu me rendi. Deitei de súbito e chorei, solucei, quis implorar voltar o tempo, como se fosse possível deveras voltar.

Gostaria que alguém me explicasse o que é esse sentimento por um lugar, uma cidade. Será possível!? Quero caminhar e sentir um vento gelado tilintar o meu ouvido, ver mais uma vez a Casa da Música e as casinhas coloridas da Ribeira. Só isso.
Espero ler esse texto amanhã e achar o maior melodrama da história, semelhante a novela mexicana. Pelo menos aqui fica o registro de um dia atípico, cheio de desejo, de saudade, de certeza. Voltarei! =)

quarta-feira, 31 de março de 2010

solitatis II

De tantas coisas que vivi, sinto saudade de todas, sem tirar nem pôr. Amei os passos que dei, voei e ainda não consegui aterrissar. Mas essa é outra discussão.

Sinto saudade de acordar no escurinho que a persiana do quarto fazia com tanta perfeição. Sinto saudade do friozinho gostoso que sentia e a satisfação de estar embaixo do edredom. Sinto saudade do ócio criativo ou não. Sinto saudade dos sanduíches(ovo, bacon, presunto e outras adiposidades) no início da manhã e no final do dia. Sinto saudade do meu macarrão com nuguettes. Sinto saudade da super bock e da Ferreira. Sinto saudade de caminhar com o vento frio cortando o rosto. Das roupas de frio que eu adquiri com tanta cautela. Sinto saudade de fazer coleta seletiva. E nas quartas-feiras ir deixar o lixo da casa em seu devido lugar. Sinto saudade da pontualidade dos transportes. Sinto muita saudade do metro, não porque ele chegava sempre na hora, sempre permitindo que eu esperasse menos de 3 minutos. Sinto saudade apenas porque estabeleci um laço afetivo com ele, meu queridinho amarelinho. Lembro a última vez que escutei "Próxima paragem Casa da Música ligação com autocarros, Casa Connection with bus" e tentei memorizar o tom da voz pra nunca mais esquecer e chorei ao me despedir da estação. Sinto falta da ansiedade antes das viagens Ryanair, e por que não sentir falta de própria companhia aérea? Sem ela a europa não era a mesma pra mim. Sinto falta de prestar atenção às instruções da cabin crew.

Sinto falta da Rotunda, da Casa da Música, da 5 de outubro e principalmente da Augusto Gil. Sinto saudade de aperrear, conversar, assistir filme, friends, cozinhar, etc. com Ivan, sinto saudade de dividir o quarto com Emmanuelle, sinto falta do metódico do Leandro e da ausência do Matheus. Sinto saudade de comprar minhas próprias coisas, fazer minha feira da semana. Do leite Gordo do Dia, da nutella de 400g e da mega barra do Milka. Sinto muita saudade da rua limpa, da calçada padronizada e do cheiro da cidade.

Morro de saudade da calmaria da Ribeira, da sua vista privilegiada, de ficar na margem do Douro pensando na vida boa. Meu lugar preferido na cidade, aquele que me fez sentir bem só de pensar que vivi momentos super legais, introspectivos, quando eu me encontrei diversas vezes. Sinto falta da Ponte Dom Luís I, da Av. dos Aliados e da Via Catarina. Da Fnac, onde eu comprava livros baratinhos, da H&M, mas principalmente de bater perna livremente sem compromisso.

Sinto MUITA falta da regularidade do meu intestino e não é pecado nenhum eu afirmar isso em público. Sinto falta das viagens. Dos meus últimos meses em terra lusitana e de como eu imaginei ter tudo aquilo por toda a vida.

Por hora, eu quero ficar onde estou. Permaneço assim até segunda ordem.


terça-feira, 30 de março de 2010

de olhos bem abertos

O exercício de ser jornalista tem me intrigado bastante ultimamente. Venho recebendo conselhos de meus professores, que diante das experiências conversam sobre os causos das suas respectivas redações. Agora também recebo conselhos dos meu colegas de trabalho. De certa forma, parece que o cerco está se fechando, imagino que só agora eu estou abrindo os olhos para a realidade.
Não quero dizer que estou desistindo da profissão. De jeito nenhum! Estou apenas de olhos aberto, pelo menos em processo.
Não sei se vou obter sucesso no futuro, mas pelo menos eu preciso tentar.
Deus, dai-me forças!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

a desvencilhar-me

Com a camisa da Universidade do Porto no corpo, aos poucos me desvencilho do que falta. Adiei o máximo que pude, mas certas coisas devem ser feitas até por questão de praticidade. Com dor no coração e relembrando momentos do cotidiano, tiro as chaves que outrora fora do meu lar em terra lusitana. São duas lindas chaves, pesadas, robustas como quem grita "esse peso faz jus às lembranças cheias que meu dono viveu comigo!" Abrir a porta de vidro que antecede as escadas e logo depois abrir a única porta da mansão de sr. Oliveira e sentir aquele cheirinho de "Portugal" (tal cheiro nomeado por mim, mas que na verdade é o cheiro de mofo gostoso das tralhas da casa) é uma sensação agradabilíssima.


Sem contar os cartões do cliente minipreço próprios para o chaveiro. Esses sim, acho que são mais importantes que as chaves gordinhas. Os meus dias de minipreço...Com uma dor no coração retiro um dos cartões, o outro ficará até a eternidade do meu chaveiro. Atrás está o código de barra que condiz com meu número de cliente.


Adiei muito esse momento. Terei que arrumar uma caixinha para pôr essas lembranças. Mas eu não quero arrumar caixinha nenhuma.
Difícil também foi retirar meus inúmeros cartões da carteira, que também estava um bocado gordinha. Meu cartão de residente europeia rosinha, com ele consegui entrada gratuita no Louvre. Foi tão feliz. Meu cartão andante sub23. Pretinho com o símbolo andante, tão útil nos transportes da cidade do Porto. Meu cartão da biblioteca do Palácio de Cristal, eu bem sei que nao loquei tantos livros, mas faz parte da lembrança.




Os inúmeros ingressos de museus e passagens do metro por todas as cidades que passei. Tenho todos guardados com muito cariño.
Não sou uma pessoa materialista, de jeito nenhum. Apego-me às pequenas coisas mas no fundo, e nem tão no fundo assim, o meu sentimentalismo invade até uma tampa de cerveja Super Bock, que não é uma cerveja alemã, mas para mim é a melhor cerveja do mundo.
Enfim, aos poucos caio na real e descubro que do Porto resta a lembrança de uma vida pregressa indubitavelmente inesquecível e quem sabe um dia não choro mais por saudade...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Voltei Recife...

Ah o Carnaval...

Para mim os quatro dias do Momo sempre foram de folia, daquelas que tem início ao meio dia e só acaba na madrugada, para no dia seguinte acordar e pular novamente. Gritar o hino do Elefante nas ladeiras de Olinda tem um gostinho especial, tudo é alegria e contemplação. O colorido das fantasias surge a cada passo.
E o carnaval do Recife? Esse nem se comenta, já emblemático, ele é multicultural. Vai dos maracatus na rua do Bom Jesus, aos blocos, aos shows de Otto, Lenine, Alceu, Arnaldo Antunes. Os artistas do quanta ladeira e suas paródias. E ainda a Noite do tambores silenciosos, que, vontade não faltou, mas a admiração fica para o próximo ano. Por final, de um encontro casual, escuto o instrumental que conheço de longe e tenho a surpresa fantástica de assistir ao show de um amigo e ficar imensamente orgulhosa.
Se não bastasse tanta coisa boa num único carnaval, ficou a lembrança de minutos eternos à margem do Capibaribe, o mesmo Capibaribe que corre solto atrás de minha casa.

Pois é, esse ano o Carnaval não foi só a folia, não para mim. Selou o reencontro da cidade, comigo, que estava longe e por pouco desconheci essa imensidão. O carnaval cumpriu sua melhor tarefa, mostrou a cultura de Pernambuco para quem não conhecia e até para quem conhecia mas por um momento se esqueceu.
Agora posso afirmar que voltei, voltei Recife! Posso continuar a viver em paz.