Hoje nasce um herói, dentro de mim.
É costume heróis surgirem de nuvens brancas, voando entre os tantos arranhas-céu das metrópoles. Nessa quinta-feira nasceu mais um superman, vindo, logicamente, do céu.
Chelsey B. "Sully" Sullenberger é piloto de avião há mais de quarenta anos e consagrou-se um verdadeiro herói nessa tarde, quando assumia o controle do avião Airbus A-320, da US Airways, que partiu do aeroporto de LaGuardia, em Nova York, rumo a Charlotte na Carolina do Norte.
O avião não conseguiu ficar dez minutos no ar, uma explosão do lado esquerdo deixou os passageiros em desespero, até que o nosso herói usou palavras reconfortantes e tranquilizou todos que ali se encontravam. Certamente a confusão foi causada por pássaros que adentraram na turbina do avião, impossibilitando a continuação do voo. Sully fez uma manobra e pousou nas águas do rio Hudson. Isso sim é um milagre.
Na verdade, toda essa história me faz lembrar do meu herói. Ambos heróis, o meu e o de NewYorkCity possuem trajetórias semelhantes. Meu herói primeiro, maior, alvo, manso é piloto há mais de quarenta anos e todos os dias voa por entre janelas e portas e corações como o faz magistralmente no céu. Não salvou 155 vidas de uma única vez, porém me tira do transtorno matinal quando calmo caminha pela casa sem pretensão de calçar os sapatos e sair mundo afora. Sem sua presença, sei, nada seria. Afirmo com todas as palavras e soleto letra por letra, só pra dar mais ênfase ao que ja é óbvio.
Quando aborrecido me maltrata da maneira mais doce possível, faço dele o que quero e esse é meu 'maior' orgulho. Comandante de meu caminho, segue a vida tranquilo, assiste meus passos admirado, escondendo vaidade e sorrindo calado. Voando cada vez mais alto.
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