É bastante interessante como os padrões de beleza se estabilizaram nos dias atuais. Se não for magra, alta, cabelo lisolongolouro não presta. É praticamente um produto. Artifícios.
As gordinhas estão fora da disputa por elogios frequentes, consequêcia dessa exclusão é o desespero seguido da regime e por fim a doença sem controle. Resta para as magra manter o corpinho esbelto e queimar os cabelos, que ficam na cabeça.
Seguindo a moda-muda, que muda todo mês, as mulheres vestem-se e arrumam o cabelo de uma maneira muito peculiar, quero dizer: igual! É incrível como o modelo a ser seguido é realmente 'O' modelo, único. A capacidade de criar foi deliberadamente banida, não há brecha para o instinto criativo muito menos de ser diferente, está tudo pronto para ser devidamente obedecido.
As mulheres devem ter cabelos longos e lisos, de preferência claros beirando o louro característico, o reflexo de um fio 'solto', díspare, é pura loucura. O penteado também é o mesmo, hoje está em alta aqueles franjões que costumam tirar a visão nítida das coisas, na verdade é melhor está 'linda' a enxegar. Sem contar que esses tais franjões as deixam com um tique agoniante. A roupa, lógico, também sofre da igualdade padronizada. Todas com o mesmo estilo de vestimenta com as mesmas estampas e os mesmos sapatos. Mesmo, mesmo e mesmo.
Talvez o mais engraçado não seja a idéia de pessoas iguais perambulando pelos lugares, mas o fato de que amanhã tudo mudará e coisas que se consomem hoje não terão valor algum. É tudo descartável, desprezível e manipulável.
Concordo com Raul quando diz que todas as maças são iguais, eu bem sei que ele não estava falando dessa igualdade específica, mas caí como uma luva, não é mesmo?
É melhor dar valor ao desigual, estranho e estrambólico, enfim ao que posso chamar de criatividade. Porém esse juízo de valor simplesmente é ininteligível e marginalizado. Ainda assim, eu prefiro ser teimosa e enxergar o diferente. Prefiro valorizar o desvalorizado. Contraditório, com toda razão!
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