quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Lá vem ele.

Juízo Final

"Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado."
Nelson Rodrigues - Morrer com o ser amado - 1968

domingo, 26 de outubro de 2008

momentos ao vento

Eu não consigo sentar perto dele nas aulas de política, pois se ficarmos juntos consequentemente é risada descontrolada a cada "uímen ráthi" que o professor falar. No entanto eu nunca passei por tal experiência e por mais que eu não queira dar uma gargalhada e quebrar o silêncio da aula eu não perderia a oportunidade de me divertir um pouco mais, mesmo que isso signifique uma ameaça na minha nota no final do semestre.
Mas devo confessar que de vez em quando é bom viver na expectativa e passar por um perigo incomum. Além da diversão é uma das coisas mais indescritíveis desse mundo ter alguém com quem possamos compartilhar os momentos, no plural mesmo. Os momentos de felicidade, tristeza, medo, sufoco e alívio. Os momentos de calmaria e inquietação, o momento do choro entre soluços e dos saltos de alegria. E porque não o memento dos gritos? Enfim, o momento da entrega de nossas almas. O momento do amor.

sábado, 25 de outubro de 2008

Como são os românticos II

"O cenário inspirava. O beijo parecia não ter fim. Nem eles queriam que tivesse. Jurava que podia ouvir uma trilha sonora, não a do restaurante, mas a trilha sonora que eles haviam escolhido. Ainda que aquele lugar estivesse lotado, não importava: Tudo estava parado para os dois. Então eles olham nos olhos um do outro e ela diz: Tira a mão do meu sovaco! "
Eu juro que ia falar uma coisa linda, mas não deu tempo.
E lógico, eu sou romântica!

domingo, 19 de outubro de 2008

Amar

Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


Carlos Drummond de Andrade

Brasil, o país do futsal.

Falcão, menino de ouro
Eu confesso que por motivos acadêmicos não acompanhei todos os jogos, o que me excluiu do clima futebolístico que, de fato, amo. Porém hoje senti o gostinho de uma final contemplada de emoções à lá futebol tradicional, quando dava gosto de gritar gol e xingar a seleção adversária.
Vale ressaltar que eu não estou gostando do desempenho da seleção dos últimos jogos, foram empates e derrotas vergonhosas, mas também não estou do lado da torcida que só xinga, critica e vira as costas no pior momento, pois acho que torcedor leal é aquele que acompanha seu time(seleção) em todas as horas. Se o técnico não presta ou tal jogador não rende, não vai adiantar fazer xingamentos alheios. Na hora da vitória o mesmo torcedor estará gritando "CAMPEÃO". Esquecendo os antecendes que ele mesmo criticou no passado. Um tanto quanto contraditório e cansativo.
Enfim, voltando ao motivo do post
Foi um jogo disputadíssimo, cheio de altos e baixos onde o Brasil deu show de bola, literalmente. Com alguns desfalques a seleção continuou resistente e mostrou seu melhor futebol de quadra. Não é exagero afirmar que foi emocionante assistir a persistência de toda a seleção diante de um bicampeão em busca do tri. A Espanha é ótima, marcação que nunca falha e chutes fortíssimos, mais parecem uma bomba. São faltosos também, mas nesse clima de decisão a máxima que 'tudo vale' é completamente válida.
No entanto, o Brasil foi fantástico, extremamente técnico em algumas lances: jogadas 'perfeitas' com finalizações ainda melhores. Já em outros momentos, a técnica foi deixada de lado e a vontade de ser campeão, pela sexta vez, falou mais alto. No ápice do cansaço dos caras não tinha técnica de futebol que chegasse a mente. E foi dessa maneira que os brasileiros conduziram o jogo, sempre na frente. A Espanha teve que ir atrás do placar que contava vantagem para o Brasil. Enfim, eles conseguiram e a final foi denifida nos pênaltis, mais emoção.
Pra quem gosta de um futebol, não importa o gênero, o futsal está bem cotado, além de assistir a um jogo de qualidade, nível e técnica fantástica, pois a seleção é composta por dez atletas e todos são titulares, dentre os quais, há o Falcão, menino de ouro. O Schumacher que acelera em campo e os irmãos 'destaque'.
E já que a seleção do futebol de campo não está dando alegria para os torcedores que tanto esperam, os meninos da seleção de futsal não hesitam em jogar bonito. De fato o Brasil é conhecido por ser o país do futebol, e o é; mas hoje o grito no futsal soou mais forte. Hoje o Brasil é o país do futsal.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

(es)cravos de hoje

É bastante interessante como os padrões de beleza se estabilizaram nos dias atuais. Se não for magra, alta, cabelo lisolongolouro não presta. É praticamente um produto. Artifícios.
As gordinhas estão fora da disputa por elogios frequentes, consequêcia dessa exclusão é o desespero seguido da regime e por fim a doença sem controle. Resta para as magra manter o corpinho esbelto e queimar os cabelos, que ficam na cabeça.
Seguindo a moda-muda, que muda todo mês, as mulheres vestem-se e arrumam o cabelo de uma maneira muito peculiar, quero dizer: igual! É incrível como o modelo a ser seguido é realmente 'O' modelo, único. A capacidade de criar foi deliberadamente banida, não há brecha para o instinto criativo muito menos de ser diferente, está tudo pronto para ser devidamente obedecido.
As mulheres devem ter cabelos longos e lisos, de preferência claros beirando o louro característico, o reflexo de um fio 'solto', díspare, é pura loucura. O penteado também é o mesmo, hoje está em alta aqueles franjões que costumam tirar a visão nítida das coisas, na verdade é melhor está 'linda' a enxegar. Sem contar que esses tais franjões as deixam com um tique agoniante. A roupa, lógico, também sofre da igualdade padronizada. Todas com o mesmo estilo de vestimenta com as mesmas estampas e os mesmos sapatos. Mesmo, mesmo e mesmo.
Talvez o mais engraçado não seja a idéia de pessoas iguais perambulando pelos lugares, mas o fato de que amanhã tudo mudará e coisas que se consomem hoje não terão valor algum. É tudo descartável, desprezível e manipulável.
Concordo com Raul quando diz que todas as maças são iguais, eu bem sei que ele não estava falando dessa igualdade específica, mas caí como uma luva, não é mesmo?
É melhor dar valor ao desigual, estranho e estrambólico, enfim ao que posso chamar de criatividade. Porém esse juízo de valor simplesmente é ininteligível e marginalizado. Ainda assim, eu prefiro ser teimosa e enxergar o diferente. Prefiro valorizar o desvalorizado. Contraditório, com toda razão!

domingo, 12 de outubro de 2008

Mas-sa-bes que consegue.



De olhos bem apertados, punho cerrado, coração batendo forte e o pensamento positivo acompanhei o GP desse domingo. Tive que varar a madrugada, o que não considero um esforço dos maiores, ainda mais quando faço por uma coisa que me dá prazer, pois é Fórmula 1 ainda me me toca fundo as emoções e hoje o mérito não é do vencedor e sim de quem merece o título de campeão 2008.

O GP do Japão foi emocionante: manobras, batidas e rodadas aos gritos de Galvão, liretalmente. A prova foi confusa, com muitas punições e pilotos 'lutando', na pista, pelas primeiras posições, vi um Hamilton desesperado ao se distanciar da sua pole position. Um Kimmi beirando a inutilidade quando se trata em ajudar seu companheiro de equipe. Um Alonso resurgindo com sua quanse inseparável Renaut e por fim, vi ele, um Massa esforçado mostrando que está motivado e merece o campeonato.

Depois de várias obstáculos, Massa não entendeu porque seu colega ferrarista estragou sua prova quando duas vezes seguidas, colocou-se em sua frente e deixou Hamilton ultrapassá-lo quando detinha a vantagem. Enfim, Kimmi não precisava atrapalhar mais em nada, a merda estava feita. Na realidade a Ferrari deveria trocar de piloto pelo menos nessas corridas finais, assim o finlandês não participa mas também não atrapalha.

Foi sozinho que Massa mostrou-se capaz. Ele não venceu, porém a busca por um ponto valeu como vitória suada. As punições foram a constante da prova e as ultrapassagens deram o toque de emoção final. Torci a cada segundo, pois o que vale nas corridas de Fórmula 1 são os segundos ou milésimos de segundo. O tempo é corrido, lá o tempo é ventre fecundo aonde tudo é gerado.

Só pra reafirmar que eu acredito!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

não deu.

'Pois é, não deu!
Deixa assim como está, sereno!'

Bateu uma tristeza.
Levaram meus sonhos, minha fantasia, minhas idealizações.
E agora eu estou vazia.
É tão duro falar isso quanto foi duro sonhar sabendo das minhas limitações.
Levaram meus amores, meus desejos, meus caminhos.

E agora pra onde eu vou?
Por que eu parei por ali?
Por que eu não continuei a sonhar e planejar meu futuro?

Levaram-me tudo!

Onde estou?

domingo, 5 de outubro de 2008

faz-me rir!

voto consciente e teoria política clássica!
pura diversão no meu domingo.

gargalhadas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Acqua Mossa


Maria Quitéria e suas filhas: nós!
A luminosidade das cores em curvas definidas.




Lost!

''Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I would cross

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get what I deserved
No better and no worse

I just got lost!
Every river that I tried to cross
Every door I ever tried was locked
And I'm Just waiting 'til the shine wears off

You might be a big fish
In a little pond
Doesn't mean you've won
'Cause along may come
A bigger one''

Coldplay

antes de dormir

Acabou-se o tormento de uma semana. Triste é pensar que hoje acaba a primeira de muitas outras que enfrentarei ainda esse semestre. Termino o dia de hoje cansada, com a morte batendo em minha porta e o desejo de deitar por dias profundos.
Semana de altos e baixos, mais baixos que altos, vale ressaltar. Pena que a ordem seja inversa, queria mesmo estar feliz e satisfeita com as coisas que me acontecem, porém não é assim que me sinto.
Nada melhor pra ilustrar meu estado de espírito do que a música do Coldplay que há um tempo me cantava ao ouvido mas só agora ela criou vida dentro de mim. Pois depois do fracasso, a reflexão. A ajuda, completamente inesperada, e por fim a vontade de vencer, se é que ela realmente existe.
Difícil é perceber que a estrada - jornada - é longa, árdua e sofrida, ou será uma dosagem bastante pessimista?
Nem quero pensar no caminho que percorrerei, quero viver o hoje sem a previsão do amanhã, quem sabe assim fica mais fácil ou menos difícil.
Assim aquela menina imaginou antes de dormir.