quarta-feira, 31 de março de 2010

solitatis II

De tantas coisas que vivi, sinto saudade de todas, sem tirar nem pôr. Amei os passos que dei, voei e ainda não consegui aterrissar. Mas essa é outra discussão.

Sinto saudade de acordar no escurinho que a persiana do quarto fazia com tanta perfeição. Sinto saudade do friozinho gostoso que sentia e a satisfação de estar embaixo do edredom. Sinto saudade do ócio criativo ou não. Sinto saudade dos sanduíches(ovo, bacon, presunto e outras adiposidades) no início da manhã e no final do dia. Sinto saudade do meu macarrão com nuguettes. Sinto saudade da super bock e da Ferreira. Sinto saudade de caminhar com o vento frio cortando o rosto. Das roupas de frio que eu adquiri com tanta cautela. Sinto saudade de fazer coleta seletiva. E nas quartas-feiras ir deixar o lixo da casa em seu devido lugar. Sinto saudade da pontualidade dos transportes. Sinto muita saudade do metro, não porque ele chegava sempre na hora, sempre permitindo que eu esperasse menos de 3 minutos. Sinto saudade apenas porque estabeleci um laço afetivo com ele, meu queridinho amarelinho. Lembro a última vez que escutei "Próxima paragem Casa da Música ligação com autocarros, Casa Connection with bus" e tentei memorizar o tom da voz pra nunca mais esquecer e chorei ao me despedir da estação. Sinto falta da ansiedade antes das viagens Ryanair, e por que não sentir falta de própria companhia aérea? Sem ela a europa não era a mesma pra mim. Sinto falta de prestar atenção às instruções da cabin crew.

Sinto falta da Rotunda, da Casa da Música, da 5 de outubro e principalmente da Augusto Gil. Sinto saudade de aperrear, conversar, assistir filme, friends, cozinhar, etc. com Ivan, sinto saudade de dividir o quarto com Emmanuelle, sinto falta do metódico do Leandro e da ausência do Matheus. Sinto saudade de comprar minhas próprias coisas, fazer minha feira da semana. Do leite Gordo do Dia, da nutella de 400g e da mega barra do Milka. Sinto muita saudade da rua limpa, da calçada padronizada e do cheiro da cidade.

Morro de saudade da calmaria da Ribeira, da sua vista privilegiada, de ficar na margem do Douro pensando na vida boa. Meu lugar preferido na cidade, aquele que me fez sentir bem só de pensar que vivi momentos super legais, introspectivos, quando eu me encontrei diversas vezes. Sinto falta da Ponte Dom Luís I, da Av. dos Aliados e da Via Catarina. Da Fnac, onde eu comprava livros baratinhos, da H&M, mas principalmente de bater perna livremente sem compromisso.

Sinto MUITA falta da regularidade do meu intestino e não é pecado nenhum eu afirmar isso em público. Sinto falta das viagens. Dos meus últimos meses em terra lusitana e de como eu imaginei ter tudo aquilo por toda a vida.

Por hora, eu quero ficar onde estou. Permaneço assim até segunda ordem.


terça-feira, 30 de março de 2010

de olhos bem abertos

O exercício de ser jornalista tem me intrigado bastante ultimamente. Venho recebendo conselhos de meus professores, que diante das experiências conversam sobre os causos das suas respectivas redações. Agora também recebo conselhos dos meu colegas de trabalho. De certa forma, parece que o cerco está se fechando, imagino que só agora eu estou abrindo os olhos para a realidade.
Não quero dizer que estou desistindo da profissão. De jeito nenhum! Estou apenas de olhos aberto, pelo menos em processo.
Não sei se vou obter sucesso no futuro, mas pelo menos eu preciso tentar.
Deus, dai-me forças!