Quando pequena, eu não perdia uma partida de futebol no campinho de areia da escola Instituto Capibaribe. Estava sempre entre as meninas mais velhas, aproveitando uma oportunidade aqui, outra ali para mostrar minhas habilidades futebolística, tão precocemente aperfeiçoadas. Não sou tão boa na temporalidade dos acontecimentos, mas, mais ou menos nessa época do campinho de areia do Capibaribe, ingressei no que foi uma das minhas maiores realizações e, consequemente, decepções desportivas. Pratiquei natação e se me permitissem, ganharia o mundo em competiçoes aquáticas. Hoje me emociono ao ver os brasileiros vencendo competições nacionais e internacionais e pra mim está de bom tamanho.
Sempre me identifiquei com os esportes. Fui campeã dos 100 metros livres durante vários anos e me aventurava nos 400 metros, mas sempre passava mal por causa da fome de vencer: corria muito no princípio da corrida e no final não me restavam forças para concluir a volta. Nos jogos internos eu queria participar de todos os esportes possíveis e impossíveis. Queria estar em dois lugares, participando de duas competições ao mesmo tempo, mesmo quando o juiz ou coordenador do colégio me impedia de realizar tal feito. Estava eu lá, me fazendo em mil.
Apesar da minha fluência nos acontecimentos desportivos, eu nunca parei para refletir quando esse bombardeio de atividades físicas deixou de participar da minha vida com tanta altivez.
Tiraram o que me fazia respirar mais forte. Onde eu me encontrava com mais frenquência, pois era na quadra, com uniforme do time ou maiô de natação que eu sabia o que estava fazendo, sabia para onde queria ir e simplesmente ia. Caminhava prestando atenção em cada lance. Corria aos gritos suplicando a atenção dos outros.
Hoje, como quem está acomodado, não pensei em como tudo mudou. As quadras, nem a formação de um time faz mais parte do meu cotidiano. Inspirei meu destino como água. Não reclamo, mas clamo por ajuda involuntária. Até que ela chegou.
Hoje sei, novamente, onde quero chegar. E o mais importante fui inspirada por uma pessoa amada.
Nunca pensei em juntar duas partes de mim em uma só. Nunca imaginei ser possível, nem havia possibilidade na minha cabeça. Mas implicitamente influenciada pela pessoa que mais faz falta em minha vida, redescobri o caminho. Ele nem imagina sua importância nessa decisão, mas hoje estou aqui para agradecê-lo pelo caráter involuntário e decisivo de sua ajuda.
Inclui as partidas de futebol, assim como as corridas de fómula 1, os campeonatos de vôlei e os atletas olímpicos no meu dia a dia. É engraçado como tudo parece fluir com mais tranquilidade, as palavras sempre estiveram por perto, mas se encontravam em extremo desuso.
Ser jornalista foi uma escolha, mas acho que o esporte sempre percorreu minha veia.
Aceito o meu desafio.